Mais de 90% dos fuzis apreendidos no ano passado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro foram fabricados em outros países. O maior número de apreensões ocorreu em áreas do estado onde há disputas de território entre facções criminosas rivais. As duas constatações fazem parte de um estudo da Subsecretaria de Inteligência (SSI)da Secretaria de Estado de Polícia Militar, que analisou a apreensão de 492 fuzis em 2023. Um aspecto abordado no estudo da SSI diz respeito à marca dos fuzis apreendidos. Dos 492, 199 são da marca norte-americana Colt. Foram registrados no estudo 194 fuzis sem marca, ou seja, armas que entram no país ou no estado separadas por peças e montadas por armeiros envolvidos com as organizações criminosas. As demais armas apreendidas são de 43 marcas diversas, praticamente todas de países do Hemisfério Norte. O estudo da SSI mostra que as apreensões se concentraram com maior intensidade nas áreas integradas de segurança pública (AISPs) da zona oeste da capital e da Ba
A CAIXA Cultural Fortaleza inaugura no dia 15 de janeiro, terça-feira, às 19 horas, a exposição: Rubem Grilo Xilográfico 1985–2012: Matrizes, Xilogravuras, Colagens e Desenhos, que ficará em cartaz até o dia 17 de fevereiro.
*Palestra com o artista no local no dia 16 de janeiro, quarta-feira, às 10h
A mostra, que tem curadoria do próprio artista, um dos mais importantes xilogravadores brasileiros vivos, é um passeio pelos trabalhos realizados nos últimos 27 anos, com foco na produção realizada desde 2005. Apresenta 168 obras: 132 xilogravuras em diferentes formatos, 6 matrizes e 30 trabalhos realizados com colagens e desenhos.
Ao reunir uma etapa de grande autonomia da trajetória de Rubem Grilo, a exposição revela um artista mais profundo e amadurecido. Nela, o público terá a oportunidade de conhecer uma primorosa seleção de obras, cujos temas e abordagens ganham ampla densidade e configuração dramática, adquirindo abrangência filosófica. Paralelamente ao mergulho em questões humanas fundamentais, depura-se do processo criativo de Rubem Grilo este fato plástico essencial: a síntese gráfica como elemento construtivo da visualidade que caracteriza a sua obra.
Rubem Grilo apresenta na CAIXA Cultural Fortaleza xilogravuras, desenhos e colagens de alto padrão técnico, gráfico e visual. Trata-se de relevante conjunto de seus 42 anos de atividade profissional, que exemplifica o estágio de amadurecimento alcançado por sua obra. Embora não seja uma retrospectiva, a exposição permite avaliar a coerência e a singularidade de seu trabalho, que incluem a depuração da linguagem gráfica e os contínuos desdobramentos decorrentes de uma trajetória em constante processo de acumulação.
De grandes dimensões e ainda não entintadas, as seis matrizes exibidas – placas de madeira por intermédio das quais as cópias xilográficas são impressas – são um dos pontos altos da mostra. O visitante, ao ver o desenho e a gravação nessas placas, os quais constituem etapas preparatórias para a impressão gráfica das gravuras, tem acesso tanto à técnica empregada quanto ao primeiro registro feito pelo artista. Isso é muito relevante porque, após a entintagem das matrizes para a realização da tiragem, esse registro inicial acaba sendo perdido em razão do emprego de solventes na limpeza das mesmas.
Os desenhos e colagens, realizados entre 2009 a 2012, reúnem outra importante vertente do trabalho de Rubem Grilo presente na exposição. A mudança de tratamento e de visualidade, bem como o diálogo entre diferentes mídias, estabelecido pela síntese gráfica no pensamento da imagem, motivam o espectador a estabelecer sua própria leitura do universo visual criado pelo artista.
Como explica o próprio Rubem Grilo, o componente temporal da mostra reforça a ideia de um processo que inclui a busca de afirmação de identidade e, ao mesmo tempo, transformações em aberto: “Escolhi a xilogravura pelo fato de ela ser simples, direta, quase rudimentar, e me permitir o envolvimento com duas experiências básicas e complementares, o desenho e a gravação. Não se trata de uma escolha nostálgica. Tem a ver com uma visão de mundo, a concentração em mim mesmo, propiciada pela intensidade da prática manual e do olhar, em busca do aprimoramento e autoconhecimento por meio da dilatação da experiência”.
O artista realizou em 2001, no MAUC, a exposição Arte Menor e Objetos Imaturos, composta de aproximadamente 600 xilogravuras em formato miniatura. A exposição atual, na Caixa Cultural, é a segunda grande exposição do artista na cidade. Segundo Luiz Eduardo Meira de Vasconcellos, que apresenta a exposição, “a trajetória de Rubem Grilo alia à síntese gráfica e visual uma paciente e ininterrupta indagação da condição humana, cujos desdobramentos dignificam a função sociocultural exercida pelo artista. [...] Sem abrir mão do rigor e da inventividade que caracterizam essa indagação, suas recentes colagens têm ampliado os limites plásticos a que o papel como material de trabalho normalmente se submete”.
Em outro texto crítico reproduzido no catálogo, escrito por Adriana Maciel , lê-se: “Há em Grilo uma ampla liberdade de criação, que lhe possibilita avançar em territórios dispares com a mesma desenvoltura e consistência. O humor, a solidão, a densidade do drama humano e a construção de uma ideia pura sem excessos convivem com o barroco. Intrínseca a esses diálogos, a inteligência prevalece num universo em que, tratando-se da criação, tudo é permitido.”
Esta exposição foi apresentada, em diferentes versões, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro em 2009, na CAIXA Cultural Salvador e na CAIXA Cultural São Paulo em 2010, e na CAIXA Cultural Brasília em 2011.
- SERVIÇO - Exposição RUBEM GRILO XILOGRÁFICO
Período: 15 de janeiro a 17 de fevereiro
Local: Caixa Cultural Fortaleza (Av. Pessoa Anta 287, Praia de Iracema) - galeria principal
Visitação: terça a domingo, das 10h às 20h
Informações: (85) 3453-2750 | www.caixa.gov.br/caixacultural
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