Salão de Abril abre para visitação e segue em cartaz até 10 de maio

A Mostra Nacional Salão de Abril chega a 66º edição e fica em cartaz até o dia 10 de maio, na Galeria Antônio Bandeira, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Conde D'Eu, 560 – Centro). O Secretário de Cultura de Fortaleza, Magela Lima, proferiu a solenidade de abertura que aconteceu na última sexta-feira (10), destacando a importância histórica do evento para o cenário de artes visuais do país nesses 70 anos de existência. “O Salão de Abril, pela idade que ele tem, 71 anos, podemos dizer que ele é uma referência e sabemos o quanto ele é querido na nossa cidade, estou muito feliz que ele tenha continuado no centro de Fortaleza, mantendo esse diálogo com a população e existindo nessa perspectiva do encontro, onde podemos ver o trabalho de antigos amigos e também de novos artistas que estão se destacando não só no Ceará, mas em todo o Brasil”, disse o Secretário.

Na ocasião, foram anunciados os três artistas contemplados com o prêmio principal da exposição no valor de R$15.000,00 brutos. Os ganhadores foram Rodrigo Moreira (SP), com “Proposta de Performance”, Fernanda de Oliveira (RJ), do Coletivo Filé de Peixe, com a performance “1 e 3 Coletivos” e Rafael Vilarouca (CE), com a fotografia da série “Gênesis”. A premiação do Salão de Abril se destaca como a segunda melhor do país, sendo a primeira colocação a do Paraná e superando o Arte Pará, o que torna o evento um dos salões mais disputados do Brasil. Além dos primeiros colocados, as 30 obras selecionadas para a exposição, renderam para seus artistas o valor de R$ 3.000,00 brutos, somando um total R$ 135.000,00 para a edição deste ano.

Para o fotógrafo e estudante de artes visuais Rafael Vilarouca, de Juazeiro do Norte (CE), que está participando da exposição pela primeira vez e conquistou a maior premiação, o Salão de Abril é uma porta para incentivar novos trabalhos e expor a diversidade artística local. “Fiquei muito feliz de participar do Salão de Abril e ter esse reconhecimento de um trabalho que eu acredito muito nele, pois provêm de uma série de estudos sobre o processo criativo, apresentando a edição como parte integrante da obra, então traz uma visão diferenciada da fotografia digital, por isso achei interessante inscrever para esta exposição”, ressaltou o artista.

Magela Lima também destacou em sua fala,  o projeto de acessibilidade cultural na edição deste ano como um grande diferencial da tradicional exposição, que possibilitará a ampliação do alcance das obras para todos os públicos. O evento contou com um intérprete de libras que traduziu simultaneamente todo o discurso de abertura, permitindo uma demonstração das ações propostas pelo projeto, que inclui a presença de quatro educadores durante todo o período de visitação, divididos entre os dois turnos de funcionamento, sendo um educador com deficiência visual, um com deficiência auditiva e outro intérprete de libras.

Segundo o especialista em acessibilidade cultural, Klístenes Braga, cerca de 30 colaboradores, incluindo os setores de administração, recepção, serviços gerais e segurança do CCBNB, receberam um curso de capacitação para garantir a qualificação no atendimento para pessoas com deficiência. “Tivemos uma manhã de treinamento com a equipe do CCBNB, orientando sobre o atendimento e como utilizar os recursos tecnológicos que irão auxiliar na apresentação das obras para o público que possui alguma deficiência, seja auditiva ou visual”, ressaltou Klístenes. A capacitação também contou com a participação da Técnica em Gestão Pública, Lisane Marques, que possui vasta experiência nesse tema.

Para a recepcionista do CCBNB, Amélia Marques (32), o treinamento trouxe para os funcionários a possibilidade de entender melhor sobre as leis referentes de acessibilidade, bem como a importância do bom atendimento para todos os públicos. “Trabalho aqui no CCBNB há 8 anos e, nossos colaboradores, já mantinham essa consciência do cuidado no atendimento, mas pela primeira vez tivemos um treinamento  detalhado e explicativo, que nos ajudou no ampliamento da visão que tínhamos sobre os direitos referentes à questão da acessibilidade. Nossa estrutura também facilita esse acesso com rampas, elevadores e banheiros adaptados para cadeirantes”, disse Amélia.

O 66º Salão de Abril é uma realização da Prefeitura Municipal de Fortaleza, por meio da Secretaria de Cultura, com o apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste e Projeto de Acessibilidade de Leão & Braga Audiodescritores Associados. O público poderá conferir a exposição até o dia 10 de maio de terça a sexta-feira, das 10h às 20h e sábados 10h às 19h, com exceção dos feriados nos dias 21 de abril e 01 de maio, onde o CCBNB estará fechado.

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Perfil dos artistas ganhadores:

Rafael Vilarouca (CE)

Fotógrafo, bacharel em direito e estudante de Artes Visuais na URCA. Nasceu em Icó - CE, reside em Juazeiro do Norte - CE. Rafael Vilarouca, trabalha desde 2009 com o Coletivo Café com Gelo e vêm usado desde então a internet como porta principal de entrada. Porém, seu maior fascínio é o de transformar a imagem em objeto de arte. Trabalha com imagens, abraçando-as e caminha com a pretensão que vai além do fato de “ser visto” digitalizado. Anda desvencilhado de amarras que intimam o teor feroz que se designa na arte; faz das galerias um envolvente cenário de cores, imagens e sentidos.

Fernanda Oliveira (RJ) - Coletivo Filé de Peixe

O coletivo Filé de Peixe tem se destacado por intervir na economia política da arte, agindo criticamente sobre processos de recepção e circulação da arte enquanto mercadoria, investigando as relações entre arte e vida, as instâncias limítrofes entre objeto e produto, entre colecionismo e consumo. Mantem desde 2009 o projeto PIRATÃO, que ao modo e preços praticados pelos camelôs piratas dos grandes centros urbanos, comercializou mais de 7000 vídeos de autores clássicos e recentes, da produção videoartística nacional e internacional. Iniciou em 2012 a coleção CM² ARTE CONTEMPORÂNEA, adquirindo de artistas como Antonio Dias, Cildo Meireles, Ernesto Neto, Rosângela Rennó, dentre outros, obras de 1 cm² pelo preço do valor médio do cm² da obra. Realizou em 2013 sua primeira exposição individual no Centro Cultural Banco do Nordeste (BNB), além de coletivas no Oi Futuro, MAM e Caixa Cultural-RJ, Santander Cultural-PE, Paço das Artes-SP, Casa Daros, etc. Em 2014 participou da 6ª Bienal de Vancouver, Canadá.

Rodrigo Moreira (SP)

Exposições coletivas:

2015

66º Salão de Abril. Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, Brasil. Curadoria de Flavia Corpas.

Abre Alas 11. A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, Brasil. Curadoria de Livia Flores, Michelle Sommer e Daniel Steegmann Mangrané.

2014

Multitude: quando a arte se soma à multidão, Sesc Pompeia, São Paulo, Brasil. Curadoria de Lucas Bambozzi e Andrea Caruso Saturnino.

13º Festival Internacional de la Imagen. Centro Cultural y de Convenciones Teatro los Fundadores, Manizales, Colômbia.

III Salão Xumucuís de Arte Digital. Belém, Brasil. Curadoria de Ramiro Quaresma.

2013

VI INCUBARTE Festival Internacional de Arte. Jardí Botànic de la Universitat de Valéncia, Valência, Espanha.

Prêmio MMBH de Arte Contemporânea. Belo Horizonte, Brasil. Curadoria de Bernardo Mosqueira.

Novíssimos 2013. Galeria Ibeu, Rio de Janeiro, Brasil. Curadoria de Fernanda Lopes.

2010

10º FAD – Festival de Arte Digital. Belo Horizonte, Brasil.

2008

10ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Tiradentes, Brasil.

Prêmios:

2014 - 13º Festival Internacional de la Imagen. Menção honrosa.

2013 - Trocas Contemporâneas – Interações Artísticas Regionais, Fase 10. Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais 9ª Edição.

Sobre o Salão de Abril

Lançado em 1943, como iniciativa da União Estadual dos Estudantes (UEE), o Salão de Abril foi encampado por artistas que atuavam na cidade. Foi assim que, a partir de sua segunda edição, em 1946, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP) assumiu sua realização, tornando-se a entidade responsável por sua continuidade, até 1958.

As exposições do Salão de Abril, contudo, não tiveram uma constância. Houve um hiato nesta periodicidade logo depois de suas primeiras edições. Somente em 1964, quando a administração municipal ratificou publicamente a importância do Salão e tomou para si a responsabilidade da realização anual do evento, o mesmo assumiu um papel de eixo da vida cultural da capital cearense.

Nas sete décadas de existência e em 64 edições, nomes importantes participaram de suas mostras. Em 2013, foram mais de 500 inscritos, o que coloca o Salão de Abril entre os mais bem-sucedidos e disputados Salões do País.

SERVIÇO

Mostra Nacional do 66º Salão de Abril

Onde: Galeria Antônio Bandeira - Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Conde D'Eu, 560 – Centro)

Visitação: Terça a sexta-feira de 10h às 20h, e sábados 10h às 19h.

A exposição fica em cartaz até 10 de maio de 2015.

Mais informações: 3105.1339 / 3105.1392